segunda-feira, 29 de junho de 2009

Por que o girassol gira com a luz do Sol?

Esse movimento permite à flor capturar mais luz para realizar a fotossíntese

Antigamente, um dos quesitos que diferenciava o reino animal do vegetal era a presença de movimento. Assim: caso se mexesse por iniciativa própria, era animal; se não se mexesse, vegetal. Essa forma de diferenciação foi abandonada porque hoje sabemos que muitas plantas são capazes de se movimentar inteiramente ou apenas algumas de suas estruturas, como as folhas e as flores. Um exemplo bem bonito desse bailado é o que faz a flor do girassol.

O girassol se mexe estimulado pela luz solar. Esse fenômeno é chamado heliotropismo ou rastreamento solar, o que significa dizer: orientado pelo curso do Sol. O fenômeno é classificado como positivo quando o vegetal busca a luz e negativo quando foge dela. No caso do girassol, você já deve ter notado, é positivo. Para ele, quanto mais luz melhor!

Só tem um detalhe, girassol é flor e flor não faz fotossíntese. Então, por que essa planta se movimenta em busca da luz solar? Pois bem: o girassol não é apenas uma flor, mas a união de várias flores, cujo conjunto recebe o nome de capítulo. Essas flores são sustentadas por um cabo (ou pedúnculo) e este sim é o responsável pelo movimento do girassol.

Numa plantação de girassóis, à medida que o sol segue seu curso, do nascimento até se pôr, vemos a flor se movimentar. Agora sabemos que é o pedúnculo que está seguindo na direção dos raios solares. Ele é quem precisam da luz para melhor aproveitar a energia na realização da fotossíntese, além de suas folhas.

Esse movimento é temporário e reversível: quando cessa a luz do sol, a planta volta à sua posição original porque suas células deixam de receber o estímulo luminoso que provoca o movimento. Com esse fenômeno, o girassol assegura a maturação dos frutos, que vão gerar novas plantas.

Assim como o girassol, outras plantas se movimentam de maneira diferente e por estímulos também diversos. A “dormideira”, por exemplo, se fecha quando é estimulada pelo toque. Mas esta é outra conversa...


Roberto Lourenço Esteves,
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes,
Departamento de Biologia Vegetal,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.


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